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Cristina Pita
A Secretaria de Assistência Social de Santo Antônio de Jesus recolheu um casal, com uma filha de apenas um ano, que estava morando embaixo da cobertura da Praça Padre Mateus há três dias.
Eles vieram de Salvador, onde moravam em uma ONG, à procura de um parente, mas não encontraram. Milene Queiroz, junto com o marido e a filha, esteve na Rádio Andaiá FM na manhã de quarta-feira (10/7) e fez um apelo no Programa Andaiá Urgente, pedindo ajuda para alugar uma quitinete ou para comprar um carrinho de cachorro quente.
Informada da situação, a secretária de Ação Social, Dalva Mercês, foi pessoalmente junto com a equipe da Secretaria recolher a família da rua, além de doar alimentos e todo acompanhamento necessário. "Esse casal foi na Secretaria pedindo moradia. Para isso tem que estar no município por cinco anos ou ser morador", explicou a secretária.
Dalva Mercês informou ainda que a equipe da Secretaria acionou o Conselho Tutelar e outros órgãos para ajudar a resolver a situação da família.
No entanto, apesar de a Secretaria municipal de Assistência Social ter feito uma ação de pagar as despesas para a família retornar para Salvador, onde tem parentes, o casal não aceitou ser levado de volta. "Chegamos a comprar as passagens para Salvador. A princípio eles aceitaram. Tentamos retorná-los para Salvador, mas depois não quiseram permanecer na Secretaria e foram embora. Ligamos até para um parente, que disse que iria recebê-los. Eles foram embora da Secretaria. Como tem uma criança, insistimos na ajuda", disse a secretária.
As madrugadas têm sido frias, mas para quem, desprovido de abrigo, casacos, meias ou cobertores, sente na pele o rigor deste inverno, dormindo ao relento, não tem sido fácil.
É o caso dessa família, que enfrentava como pode a adversidade, vivendo nos bancos da Praça Padre Mateus. Para eles, o frio é apenas mais um problema a ser encarado, como o desemprego.
Eles contaram que vieram de Salvador em busca de uma vida melhor, mas não obtiveram sucesso. Os avós do companheiro de Milene, que moravam em Santo Antônio de Jesus, morreram, e na casa hoje mora outra família. Sem ter para onde ir, foram se abrigar na Praça Padre Mateus, ao relento.
