A Moderna, empresa norte-americana de biotecnologia, anunciou nesta segunda-feira (30/11) que vai pedir autorização às agências regulatórias da Europa e dos Estados Unidos para o uso emergencial de sua vacina contra a covid-19, segundo divulgado pela empresa.
As agências regulatórias em questão são a FDA (Food and Drug Administration) e EMA (Agência Europeia de Medicamentos). A Moderna deve apresentar os resultados dos testes da terceira e última fase do imunizante aos órgãos, que, segundo a empresa divulgou na semana passada, demonstraram 94% de eficácia.
A Moderna é a segunda empresa a solicitar ao FDA autorização para uso emergencial de uma vacina contra o coronavírus; a primeira foi a Pfizer, realizada dez dias antes, dia 20 de novembro.
A previsão é que a vacinação, por meio do uso emergencial, seja realizada a partir de 7 de dezembro no Reino Unido e de 8 a 10 de dezembro nos Estados Unidos, segundo divulgado no domingo (29/11) pelo jornal britânico Financial Times.
O uso emergencial é um mecanismo que permite que a vacina seja aplicada antes da conclusão de todas as fases de testes dos estudos clínicos. A Rússia e a China fizeram esse tipo de aprovação para vacinas contra a covid-19. O recurso de uso emergencial foi usado na República Democrática do Congo, em 2018, e na Guiné, em 2015, para combater o ebola.
A participação do Brasil no Covax (Fundo de Acesso Global à Vacina para covid-19) pode garantir que o país tenha acesso a vacina da Moderna.
Considerado inovador, o imunizante é feito a partir de RNA mensageiro. A molécula de RNA é produzida em laboratório e aplicada no paciente. Essa molécula entra na célula por diferentes mecanismos e a célula terá a informação necessária para produzir uma das proteínas que compõem o vírus. Assim, o sistema imunológico identifica essa proteína como um patógeno, um corpo estranho que precisa ser combatido, e inicia uma resposta imunológica.
Diferentemente da candidata à vacina da Pfizer, o imunizante da Moderna não passa por testes no Brasil. Os testes da Moderna são realizados no Estados Unidos em 30 mil voluntários. A pesquisa é apoiada pelo governo norte-americano, que financiou o estudo com quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões).