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1 22/01/2021 17:03

Em 2020 o Brasil atingiu um número recorde de pessoas que iniciaram algum tipo de empreendimento. Segundo a pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 25% da população adulta está envolvida na abertura de um novo negócio ou com um negócio de até 3,5 anos de atividade. A expectativa é que este crescimento continue em 2021.

Especialistas e empreendedores acreditam que a pandemia do novo coronavírus, na realidade, facilitou que novas pessoas começassem a empreender. Para a jornalista Luciana Amâncio, que trabalha de forma autônoma há cerca de 4 anos, a pandemia trouxe uma situação devastadora de desemprego, mas também abriu o leque de oportunidades para surgir novos empreendedores.

“Acredito que 2020 se tornou um ano de oportunidade para pessoas que se viram desempregadas e começaram a empreender por necessidade e por consequência disso descobriram talentos grandiosos que talvez nunca fossem descobertos. Acredito que 2021 vai ser um ano mais potente neste sentido, ainda mais porque estamos saindo desta situação tão devastadora da pandemia”, pontua Luciana, que trabalha no ramo da assessoria de comunicação.

Luciana comenta que começou a empreender, mesmo sem saber, quando ainda era criança. Aos 12 anos, com vontade de ter seu próprio dinheiro, dava aulas de português e matemática para as crianças mais novas que ela e vendia produtos de catálogos de revista.

Posteriormente, já formada e trabalhando como CLT na equipe de comunicação de uma empresa, a jornalista percebeu que poderia ganhar mais se produzisse para ela.

“Já formada e trabalhando em uma empresa que tinha uma equipe de comunicação que tinha metas e a diretoria juntava os resultados e avaliava a equipe como um todo, percebi que eu sempre produzia mais. Com este trabalho, que produzia mais por conta do meu perfil, eu comecei a pensar que se trabalhasse para mim mesmo eu ganharia de acordo com minha produtividade. Aí a semente começou a crescer em mim”.

Este pensamento de potencializar uma qualidade e ganhar mais em cima disso é uma das principais vantagens de se começar a empreender, segundo a gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Bahia, Fernanda Gretz.

Fernanda explica que empreender pode significar potencializar os ganhos financeiros através de uma empresa que “você identifica como uma oportunidade de negócio para implementar no mercado de trabalho”, podendo, assim, colocar em prática aquilo que já vinha pensando há alguns anos, algum dom, ou alguma habilidade que o empreendedor tenha.

Expectativas para 2021

Fernanda também pontua que 2021 pode ser um ano um pouco melhor que 2020, quando se pensa na parte econômica, mas relembra que ainda existe o cenário da pandemia e que, por consequência, as regras de distanciamento e higienização para combate da Covid-19 ainda devem permanecer.

A gerente do Sebrae também frisa que, apesar de já está permitido atendimento presencial ao cliente, ainda é de extrema importância que continue se fortalecendo o digital. “Muitos clientes, inclusive, mudaram seu comportamento e ajustaram a forma que consomem seu produto. Muitos até de maneira online”.

A mesma observação é feita pelo diretor de marketing da Empresa Júnior de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Matheus Floresta, que analisa que 2021 não é o momento errado para empreender, mas sim o momento de empreender de maneira assertiva.

“O e-commerce está crescendo e é uma tendência que vai ficar, por exemplo. São hábitos que todos adquiriram e vão perpetuar mesmo após o período pós pandemia”, cita Matheus.

Dificuldades e desvantagens

De acordo com Luciana, é importante não romantizar o empreendedorismo e nem acreditar que é tudo muito fácil.

“Eu tive a bênção de ter uma rede apoio da família - e que não é comum a todo mundo. Mesmo com esta rede de apoio não foi fácil, porque você sai de um campo seguro, como um emprego CLT, para um campo completamente incerto e sua vontade de fazer dar certo é o que mais conta e foi este o principal desafio”, disse a jornalista.

Os especialistas Fernanda Gretz e Matheus Floresta destacam justamente a instabilidade de ganhos e de tempo gasto como uma das desvantagens do empreendedorismo, que não oferece este valor fixo como em um emprego de carteira assinada.

“O empreendedor precisa dedicar uma quantidade de horas que muitas vezes não se tem uma noção antes. É um esforço muito maior de dedicação de horas, muitas vezes sem conseguir tirar férias. Além das receitas, que são com base no trabalho que se faz. Você depende das vendas, de prospectar clientes, de fechar negócios”, aborda Fernanda.

Dicas para começar

Tanto para especialistas, quanto para empreendedores, a dica principal é fazer uma pesquisa do mercado, buscando conhecer e entender profundamente a área na qual se pretende atuar para poder se diferenciar.

Buscar entender o público-alvo também é outra dica dada pelos especialistas, como pontua Fernanda: “Nenhuma empresa tem em seu público alvo todas as pessoas da região, do bairro, do município. É importante conhecer bem isso. Com isso procurar entender o perfil do cliente, o mercado e seus concorrentes”.

Por fim, a jornalista Luciana Amâncio revela que além de pesquisar o mercado, é importante conhecer suas limitações e querer começar fazendo um bom trabalho. “Se você tem uma hora livre por dia, então faça essa uma hora. Apenas comece que seu sonho vai encorpar, crescer e conseguir, a longo prazo, fazer que ele seja sua fonte de renda principal. Comece com qualidade e tenha consciência do motivo de estar empreendendo para que seu negócio não morra”.

Fonte: A tarde







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